(D&D) 5 Motivos

Olá Mestres e jogadores de Dungeons & Dragons. Hoje eu resolvi fazer essas listinhas de coisas que eu gostei e que eu não gostei das 2 últimas edições do jogo Dungeons & Dragons, claro que minhas críticas e elogios são muito mais que as listadas abaixo, mas eu resolvi apenas me limitar em 5 delas.

5 COISAS QUE EU GOSTEI NO D&D 3.5

1- Criação de Personagens: Como sucessor do AD&D, a 3ª edição inovou ao permitir mais opções para os personagens, agora anões podiam ser magos, paladinos poderiam pertencer a outras raças, druidas podiam subir além do 14º nível, todas as raças podiam subir até o nível 20 em qualquer classe. Além disso, foi introduzido 3 novas classes: o Bárbaro, o Feiticeiro e o Monge.

2- Testes Simples: O sistema de testes da 3ª edição é basicamente tão simples em comparação com demais jogos. Basta você jogar um d20, somar/diminuir os modificadores e comparar o resultado contra um número fixo. TODOS os testes eram assim, independente se fosse um teste de resistência, uma jogada de ataque, um teste de perícia ou um teste de atributo.

3- Customização. O sistema não só dá o peixe como também ensina a pescar. O sistema da 3.5 permite tanto ao mestre quando aos jogadores criarem personagens únicos (e algumas vezes bizarros) simplesmente adicionando classes nessas criaturas. Assim, é possível colocar contra os personagens um troll bárbaro, um dragão feiticeiro, um azer druida, e milhares de outras customizações. Por outro lado o sistema também permite que os jogadores adotem raças monstruosas para seus personagens. A regra dos modelos (Templates no original) foi uma grande sacada dos games designers. Semelhante a opção acima um mestre poderia adicionar um modelo a qualquer criatura que atenda aos seus pré requisitos. Podemos encontrar assim, um ogro vampiro, um leão infernal, um gigante das rochas uma idra meio-dragão verde e assim por diante.

4- Classes de Prestígio. As classes de prestígio dão uma cor especial ao personagem, demonstra um caminho único escolhido pelo herói, muitas delas são atraente tanto pelo seus histórico quando pelas suas habilidades.

5- Multiclasse: Eu particularmente gostei do sistema de multiclasses da 3.5, ela é bastante funcional com o sistema e permite fazer personagens também únicos.

5 COISAS QUE EU NÃO GOSTEI NO D&D 3.5

1- Classes Desequilibradas. Muitas coisas na 3.5 estão bastante desequilibradas, as classes por exemplo, um personagem de nível alto bem construído, não importa de qual classe seja jamais poderia igualar ao poder de um mago de nível alto bem construído, o mago por si só já vale pelo grupo inteiro. Isso poderia deixar os demais jogadores frustrados que apenas ficariam olhando parados enquanto o mago faz tudo. Além disso, os jogadores não se sentem motivados a prosseguir até o nível 20 em uma classe, muitas de suas melhores habilidades estão nos níveis iniciais e muitas classes realmente não são atraentes em certo nível, onde elas pouco muda. Isso encoraja os jogadores a fazerem multiclasse para adquirirem o poder de uma outra classe ou classe de prestígio. Que ladrão nunca pegou os 2 primeiros níveis de guerreiro por causa dos talentos por exemplo?

2- Nível de Desafio (ND): Essa é uma as piores coisas criadas para medir o nível dos monstros na 3.5, muitos desses ND estão totalmente inadequados ao poder de um monstro, o que dá a impressão que muitos deles simplesmente foram “chutados”. Além disso, uma concepção erronia do D&D 3.5 é disser que um monstro de determinado ND é o equivalente a 4 personagens de mesmo nível. Essa afirmação do sistema é falsa uma vez que um grupo de 3 ou 4 personagens de nível 8 poderia lhe dar muito facilmente contra uma criatura de ND 13, por exemplo.

3- Nível Alto. Sinceramente, há muito acredito que o D&D 3.5 funciona perfeitamente até o nível 10, no máximo ao 13. Nos níveis acima disso a matemática do sistema endoida. São cálculos e mais cálculos a se fazer, a ficha de um personagem vira só números e mais números e os combates ficam extremamente mortais, tanto para os jogadores quanto pros monstros. Um monstro de 200 pontos de vida dificilmente duraria mais que 2 rodadas contra um grupo capaz de realizar 3 ou mais ataques cada um onde cada ataque lhe tiraria mais de 60 pontos de vida. O mesmo vale para os jogadores. Além disso, criar monstros e NPCs de nível alto são uma dor de cabeça e uma frustração para cada mestre, onde é necessário cerca de 2 horas para se criar a ficha de uma única criatura só para vê-la morta em apenas 2 rodadas.

4- Perca do controle do Mestre muito fácil. Um mestre não muito experiente (e até alguns experientes) poderiam perder o controle do jogo muito fácil cãs não consiga administrar com cautela sua campanha, os personagens poderiam ficar muito mais fortes que o esperado e pouca coisa os poderia fazê-los parar, os combates poderiam ficar muito fáceis e desistigantes uma vez que o mestre não conseguiria coordenar as progressões que os personagens estão seguindo.

5- Regras e mais regras. O D&D 3.5 é um jogo completo para jogos de fantasia medieval, mais como conseqüência ele é muito complexo, são regras e mais regras que se deve conhecer para jogar ou narrar bem, muitas regras desnecessárias mas que o mestre poderia querer seguí-las por achar que deve ser daquele jeito. O D&D 3.5 tem regra até para cada tipo de piso, por exemplo. Tudo na 3.5 obedece as regras, até os deuses, é difícil para o mestre criar uma habilidade especial para o monstro sem que os personagens tentem adivinhar a que classe ele pertence e daonde é aquela habilidade. Isso também poderia acabar fazendo com que seja bastante lento o ritmo do jogo.

5 COISAS QUE EU GOSTEI NO D&D 4ª EDIÇÃO

1- Combates dinâmicos. Os combates sempre foram peça fundamental em qualquer jogo de D&D, e agora eles estão muito mais divertidos nessa 4ª Edição, o dinamismo é impressionante. Os monstros e os personagens se deslocam mais pelo campo de batalha, o terreno é fundamental (e o Mestre é encorajado a criar terrenos interessantes), armadilhas no meio das batalhas podem atrapalhar ou auxiliar no combate, as manobras dos personagens deixam o combate mais tático, cada personagem pode realizar manobras e outras técnicas em vez de apenas disser “eu ataco” e as funções que cada classe representa incentiva mais o grupo a atuar junto. Uma manobra correta na hora correta pode fazer toda a diferença. Além disso, o jogo estimula mais ainda o uso de miniaturas para o jogo, uma vez que o movimento tático é mais importante.

2- Mais simplicidade em nome da diversão. O jogo está mais simples, direto e ao mesmo tempo muito mais divertido que na edição anterior, ótimo para iniciantes e não contém muitas regras como na edição anterior. Além disso, muitas das coisas que antes davam dor de cabeça, estão mais simplificadas e até mias divertidas.

3- Classes mais equilibradas. Todas as classes agora possuem habilidades impressionante equilibradas de acordo com as habilidades das demais classes. Como dito anteriormente, o modo de como as classes foram desenvolvidas incentiva ao jogadores a atuarem mais juntos, mesmo que eles não se toquem disso. Certa habilidade de uma classe pode trazer benefícios para outros personagens (um personagem ao ver que seu aliado será atacado pode fazer com que outro aliado próximo ataque o agressor interrompendo seu ataque e ao mesmo tempo salvando o outro personagem, por exemplo). Os magos estão mais fracos nessa edição que na 3.5 porém as demais classes também foram melhoradas, deixando-as realmente equilibradas. Além disso, todas as classes estão mais atraentes de se progredir do 1º ao 30º nível sem a necessidade de multiclasse.

4- O jogo prossegue normalmente sem perder o rumo. Os personagens dos níveis altos sempre encontrarão desafios apropriados da mesma forma que um grupo de nível alto encontrará desafios apropriados. Isso corrige uma grande falha na edição anterior na qual os personagens de níveis altos encontravam poucas ameaças pelo caminho, um encontro de nível 5 será tão desafiador para um grupo de nível 5 tanto quando um encontro de nível 15 será tão desafiador para um grupo de nível 15. O jogo não corre perigo de se perder em tantos números em níveis altos (e até em níveis épicos) pois a sua mecânica é muito mais simples.

5- MUITO MELHOR para o Mestre. Acabou as dores de cabeça da edição anterior. Trabalhar em uma aventura e narrá-la nessa nova edição é muito mais divertida e gratificante, o jogo ficou muito mais fácil para o Mestre de moldar, os encontros são muito fáceis de se equilibrar, os monstros são muito mais fáceis e rápidos de criar (pode se criar um monstro em 5 minutos), da mesma forma como modificá-los também é muito mais fácil e simples. O sistema de parcelas de tesouros ajuda o mestre a controlar os ganhos dos personagens e o mestre é até incentivado a criar desafios interessantes e até mesmo a fornecer aqueles itens que os jogadores tanto querem para os seus personagens.

5 COISAS QUE EU NÃO GOSTEI NO D&D 4ª EDIÇÃO

1- Descrições. Ou a falta delas, o jogo não se preocupa muito em descrever melhor os deuses, o que cada classe representa no mundo de jogo, a história das raças, porém quando o faz é de modo bastante resumido, coisa de 2 parágrafos no máximo. O Manual dos Monstros peca bastante em descrições, geralmente não sabemos muito sobre uma determinada criatura e tudo o que saberemos sobre ela está resumido em poucas linhas em sua “descrição” e nos conhecimentos que os personagens saberão caso obtenham sucesso em um teste de perícia adequado. Se a 4ª Edição tem as melhores regras, a 3.5 possui as melhores descrições e cenários.

2- Planos e Deuses. Alguns deuses da 3.5 continuam na 4ª Edição, como Corellon, Pelor e outros, mas os novos deuses não possuem o carisma adequado, talvez seja por causa da falta de descrições citado acima. Os planos também foram bastante modificados, a antiga Grande Roda na edição anterior era uma maravilha a parte, milhares de planos existiam nela, cara um com uma identidade e leis próprias. Agora os palnos foram divididos entre dos planos maiores, o Mar Astral e o Caos Elemental, cada um deles possui seus planos próprios como a Agrestia das Fadas (de onde vem os seres feéricos), o Pedor das Sombras (de onde vem os Mortos Vivos) o Abismo, os Nov Infernos e outros, além do já clássico Reino Distante. A Roda dos Mundos da 3.5 é MUITO superior.

3- Regras Dispersas. O D&D 4ª edição ainda está em seu primeiro ano, e parece que ele ainda está sendo desenvolvido conforme esse tempo. Para aqueles que viera da 3.5 e buscam adaptar suas campanhas/personagens para o novo sistema ou que buscam comparações entre eles terão que vasculhar vários livros da 4ª edição. O Livro do Jogador trás o básico para o jogo, mas os demais suplementos trás aquilo que foi deixado da 3.5. Um exemplo disso são as classes Bárbaro, Druida, Feiticeiro e Bardo que só vieram a aparecer no Livro do Jogador 2, , da mesma forma que as raças Gnomo e Meio-Orc, 2 dos mais famosos magos especialistas o Ilusionista e o Invocador só vieram aparecer no suplemento Arcane Power, e aliás, foi apenas nesse suplemento que apareceu regras para familiares. Da mesma forma aconteceu com os monstros, alguns monstros clássicos como os centauros, o remoraz, os dragões metálicos e outros, só vieram a aparecer no Monster Manual 2. Eu costumo disser que o Livro do Jogador 1 e 2 juntos, seria o equivalente ao Livro do Jogador 1 da 3.5, e que o Manual dos Monstros 1 e 2 são o equivalente ao Livro dos Monstros da 3.5.

4- Forgotten Realms. Pelo amor dos deuses e primordiais, o que eles fizeram com o Forgotten Realms??? Eles simplesmente viraram o mundo de cabeça pra baixo. Resolveram colocar uma espécie de Praga Mágica para tentar introduzir uma série de mudanças, Mystra morreu (de novo), os deuses estão em menor número, descrições pobres e resumidas das diversas regiões do mundo, e muita coisa que sabíamos do mundo na antiga 3.5 simplesmente estão ausentes. Eles conseguiram tirar todo o glamour que eu tinha por esse fantástico mundo nesta nova edição. O Forgotten Realms da 3.5 é MUITO superior a esse. Aliás, novamente digo, em questão de regras, de sistema, a 4ª edição é melhor que a 3.5, mas em questão de cenários, a 3.5 ganha disparado.

5- Sinceramente, eu gostei tanto da 4ª Edição que os 4 motivos anteriores foram os únicos que não me agradaram. Pensei, pensei mas nada mais me veio a mente que não me agradava. Fico contente então por isso mostra o quanto eu gostei do novo D&D 4ª Edição.